domingo, 31 de janeiro de 2010



Lilás
Trago comigo
sobras de silêncio
emoções guardadas
de quem não se guarda
apenas se reveste
sem se esconder.

Pulsam em mim
vibrações desfeitas
compassos desmarcados
traduções mal feitas
de quem não se mostra
nem se deixa descobrir.

Guardo em mim
vontades contidas
percepções cinzas
paisagens mortas
de quem não pôde se dar
apenas se emprestar.

Visto então
o agasalho estelar
me perfumo com sons
me debruço na música
pra poder me sentir
Embrulhada de lilás......

(Desconheço o Autor)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A COR DA LÁGRIMA
Por que a lágrima não tem cor?
Enquanto chorava, me pus a pensar.
Se fosse vermelha como sangue,

as minhas vestes poderiam manchar.
 
Se a lágrima fosse amarela, a cor da alegria,
expressar tristeza jamais poderia.

 
Se fosse azul,
a cor da serenidade,
eu não choraria jamais.
Seria só tranqüilidade.

Se fosse branca
como pétalas de rosas,
não seriam lágrimas...
Mas pérolas preciosas.
 
Ainda mais uma vez
fiquei me questionando...
Por que a lágrima não tem cor?
Se ela fosse preta,
só expressaria o horror?

Por que será que a lágrima não tem cor?
A lágrima não tem cor...
Porque nem sempre exprime dor.

E se ela fosse roxa, como poderia
expressar a alegria?

As lágrimas não têm cor
porque são expressões da alma.
Quando o espírito está chorando,
o coração diz: tenha calma!

 
Se a lágrima tivesse cor
deveria ter a cor do amor.
Ou mesmo a cor da paixão,
que as vezes invade o coração.
 
Ou talvez a cor da tristeza
que abala a alma e tira a calma,
mas faz em meu ser uma limpeza.
A lágrima não tem cor,
porque ela nos aproxima do nosso Criador.
Se a lágrima tivesse cor,
eu só iria chorar de alegria.
 
Mas, e a lágrima da saudade?
De que cor ela seria?
E a lágrima da decepção,
de que cor seria então?

Se a lágrima tivesse cor
deveria ter a cor de um brilhante.
Como a lágrima é preciosa,
Deus deu-lhe a cor do diamante.
(Wayne W. Dyer)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010




 

A lenda das rosas
Não colhas essas rosas.
As rosas,
Irmãs na terra das estrelas,
São mais lindas nos olhos que na mão.
Contenta-te em vê-las
Deixa-as na haste,
Cor de púrpura e ouro.
Se as colheres, as rosas morrerão.


Não quis ouvir o teu agouro.
Colhi todas as rosas que nasceram
Nos caminhos por onde me levaste
E as rosas não morreram...

(Lenda das Rosas Álvaro Moreyra)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Arco-íris



Todo dia, a menina corria o quintal, procurando um arco-íris.
Corria olhando para o alto, tropeçava e caía.
Toda vez que se machucava, vinha chorando uma cor.
Um dia, chorou o anil até esvaziá-lo dos olhos.
Depois, chorou laranja, chorou vermelho e azul.
Chorou verde. Violeta. Amarelo e até transparente!
Chorou todas as cores que tinha, todas as cores de dentro.
Então, abriu os olhos e nem o arco-íris, ela viu.
Não viu flores e borboletas. Não viu árvores e passarinhos.
Pensando que era ainda noite, deitou-se na cama e dormiu.
Pensando que era tudo escuro, nem levantar-se ela quis!
Ficou dormindo cinzenta, por dias e noites sem fim...
Foi quando um sonho, tão colorido, derramou-se dentro dela!
Tingiu o travesseiro e a fronha, o lençol e o pijaminha.
Tingiu a meia e o quarto. Tingiu as casas e os ninhos!
A menina abriu a janela e viu que hoje não tinha arco-íris.
Mas tinha o desenho das nuvens. Tinha as flores e um passarinho.